Depois da entrevista com Freddy, o Cartão Azul volta a entrevistar um jovem Ribatejano de seu nome Valério Silva que se iniciou na modalidade com a camisola alvi-negra do União FE e que agora representa a equipa de Infantis do Sporting CP, que no próximo fim-de-semana irá disputar a F4 em Barcelos. Novamente de volta ao Tojal e com a inestimável colaboração do pai do atleta, caro Amigo Marco Valério Pedro, elaboramos a entrevista que se segue:
CA - Valério, sei que o hóquei patins faz parte da tua vida desde pequenino. Lembras-te das tuas primeiras patinadelas?
VS- Comecei a patinar ainda não tinha 1 ano de idade (contam os meus pais). A minha família é uma família de hoquistas (o meu pai, padrinho, primos todos são atletas do hóquei, o meu avô foi árbitro de hóquei durante 35 anos). O meu pai como hoquista que é e foi quando nasci fez-me uns patins com um chassi e uns ténis número 24 (e ficavam-me largos!!). Contam os meus pais que calçavam-me os patins e eu equilibrava-me e patinava, descalçavam-me e queriam que eu andasse e eu sentava-me no chão a brincar com os patins. Quando fiz 2 anos ofereceram–me um stick (tick, como gostava de chamar) e a partir daí todos os dias quando o meu pai chegava do trabalho íamos “treinar” para o parque na zona verde no Entroncamento. Aos 4 anos de idade comecei a treinar no UFE (o meu clube de coração) com o Cajé. Aos 5 anos fiz o meu primeiro Torneio como capitão de equipa de Bambis, sangrando-me o jogador revelação e o melhor marcador do Torneio.
CA –Valério corria o ano de 2007 (26 de Novembro), e recordo-me que publiquei um post sobre ti intitulado “
Quem tem medo do miúdo”
gostaria de saber se tens alguma opinião sobre toda aquela situação?VS – Desde já, Sr Francisco deixe-me agradecer-lhe por ter acompanhado e interessado pela minha evolução desde essa data, publicando posts ao longo dos anos sobre mim. Quanto a toda aquela situação que se gerou à minha volta, na altura e até acerca de 1 ano atrás desconhecia, porque os meus pais nunca comentaram comigo, sempre me salvaguardaram de todos os rumores. À cerca de 1 ano pude começar a estar na internet à vontade durante 1 hora por semana, foi aí que ia sempre ao seu blogue, e por curiosidade comecei a ver os posts antigos até que chegou a este...e fartei me de rir, porque era tão pequenino e falavam de mim como se fosse um adulto.
CA - Entretanto em 2008 saíste do UFE e ingressas-te no Sporting Clube de Portugal, porque é que se deu essa saída ?
VS – Saí do UFE porque fomos morar para Lisboa, ainda tentámos durante cerca de 3 meses, na altura o meu pai era o meu treinador no UFE e eu adorava treinar com os meus colegas, durante a semana fazia alguns treinos aqui num pavilhão e depois à sexta-feira e sábado treinava no UFE e jogava ao domingo...era muito cansativo. No fim da época, em Junho o meu pai viu na internet os treinos de captação no Sporting Clube Portugal e no último fim-de-semana de treinos de captação lá fui eu com o meu pai com o saco ao Tojal. Ao fim do primeiro treino convidaram – me a ir na semana seguinte para treinar com a equipa, e fui, no final do treino foi comunicado aos meus pais que o SCP estava a contar comigo e que em Agosto nos contactavam para ir para a Academia do Sporting iniciar a pré-época.
CA - Como foi o teu ingresso no Sporting Clube Portugal?
VS – Fui muito bem recebido, inicialmente pelo Eng. Gilberto Borges que carinhosamente quando cheguei à Academia abraçou-me, e disse-me....”então campeão, estás pronto?” De seguida, tratou que me dessem um saco do SCP, todo o equipamento e encaminhou-me para junto da minha equipa e do meu treinador Quim Zé. Comecei a treinar nessa tarde... até hoje, já lá vão 3 anos. A minha equipa (porque até hoje continuamos os mesmos 5) acolheu-me muito bem, no inicio chamavam-me Valentino Rossi em fez de Valério. Depois em Setembro de 2008 voltei ao UFE, o SCP foi convidado para a apresentação das equipas e o UFE fez-me uma surpresa entregando-me um cachecol e um trofeu de gratidão. O ano passado SCP foi convidado pelo UFE para o torneio de encerramento onde joguei nos escolares e fui chamado aos Infantis, sangrando-me o melhor marcador do torneio. Fico sempre feliz de jogar naquela casa que também já foi um bocadinho a minha.
CA – Esta época a tua equipa - Infantis do SCP foram Vice-Campeões distritais, tendo agora conseguido a qualificação para a Final Four de apuramento do Campeão Nacional. Qual o balanço que fazes da presente época?
VS – A presente época é o resultado de todo o trabalho que temos vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos, estou no SCP à 3 anos, no primeiro ano fomos vice-campeões distritais de escolares, no segundo ano fomos campeões distritais de escolares, este ano fomos vice campeões distritais e estamos apurados para a final four. Somos 5 jogadores que já jogamos juntos à 3 anos conjuntamente com o meu treinador QuimZé que nos treina à 3 anos também e com os restantes jogadores que foram integrando a equipa. Somos uma equipa muito forte e unida.
CA - Quais as tuas expectativas para esta Final Four?
VS – Temos treinado muito, e acredito que somos uma equipa muito forte, fruto como também já disse do trabalho que temos feito nos últimos anos. Trabalhamos todas as semanas com o nosso treinador, e “levamos muito na cabeça”, mas também é preciso, porque só assim aprendemos e crescemos. Quero aproveitar esta oportunidade para agradecer ao meu treinador QuimZé por toda a dedicação e empenho com que nos treina e nos ensina a sermos melhores homens e atletas e também quero agradecer ao seu filho Gonçalo Alves pela enorme paciência, ajuda e ensino que nos transmite nos nossos treinos. E como o nosso Capitão Bernardo nos disse “temos que acreditar em nós, que vamos conseguir e na Final Four. VAMOS PINTAR O GALO DE VERDE”.
CA - Valério, por último deixo-te aqui a oportunidade de deixares uma mensagem ou algo que pretendas acrescentar a esta entrevista.
VS – Agradeço ao Sr. Francisco por me ter dado esta oportunidade, e por todo o apoio que dá à divulgação do hóquei e no próximo domingo VAMOS PINTAR O GALO DE VERDE.
NR: O meu sincero agradecimento ao Amigo Marco Valério Pedro, pela enorme colaboração para que esta entrevista fosse possível, o meu sincero obrigado.